28 de novembro de 2018

Minha querida Fi,
Escrevo-te estas palavras para te tentar acalmar. Para que consigas rever-te em alguma coisa e reavaliar aquilo que não está a correr bem neste momento.
Tens o coração partido, o ego quebrado e a esperança abandonou-te. E não há nada mais triste que isso, que veres alguém que amas sobreviver. Porque é assim que te vejo há uns aninhos. A sobreviver a um amor que foi tudo menos isso: Amor.
A mulher forte, independente, com uma visão clara sobre as coisas, deu lugar a uma miúda frágil, que sente a solidão com demasiada frequência, que se menospreza e que se limita a viver em função da esperança de ter consigo aquele que ama. Não julgues que não te entendo, ou que não acho gratificante tudo aquilo que já conseguiste sozinha, eu não me julgaria tão forte, ,as ver-te a resignar-te tanto deixa-me de coração partido.
Porque me moldaste, porque me ajudaste a ser a mulher forte e decidida que sou hoje, porque fizeste de mim alguém seguro e que sabe o que quer, e porque gostava, de coração que fosses assim de novo.
Porque tenho saudades de te ver leve, de te ver rir, de te ver fazer planos só porque sim.
Temos visões diferentes do que é o amor, mas creio que estamos de acordo na maior parte dos adjectivos que fazem parte da definição. Amor é confiar, é ter disponibilidade, é fazer planos, é dar, é estar, e é saber ser. É ter mais vontade que orgulho, é esquecer o passado e as magoas e tentar, de coração que seja agora, é gostar de cuidar sem deixar de sermos nós, é confiar plenamente, é saber que a outra parte está lá sempre, quer caia um piano na rua, quer partas uma perna ou estejas com tpm. É teres a certeza sobre tudo, e mais que ter a certeza, é querer, é estar disposto a.
E meu bem, nem todos estão. Porque não fomos todos educados da mesma maneira, não tivemos as mesmas experiências, e não encaramos a vida da mesma maneira. E a magia do amor está aí. Quando existe de facto amor, os valores vão mudando, o medo fica para trás, as questões que colocamos hipoteticamente na nossa cabeça deixam de fazer eco, e passamos a ouvir o coração. Porque o abraço daquele que amamos dá segurança para tudo.
Não sei como irá acabar a tua história, mas acredito que a magia da vida é essa mesma, é estares em constante crescimento, em constante mudança. E acredito que a vida te dará exactamente aquilo que tu precisas. Mesmo que definas prazos ou barreiras, ouve o teu coração, mas deixa que a mente o acompanhe.
Não deixes que ele te cegue, que seja egoísta, que te faça perder o discernimento.
És mais que qualquer amor, e serás tão feliz quanto estiveres disposta a tentar.
Aconteça o que acontecer, estarei sempre aqui, com um ombro amigo, com a certeza de que te quero bem e que cuidarei de ti como fizeste comigo. Afinal amor, é amor.


16 de novembro de 2018

Falar sobre momentos felizes é algo que me causa imensa impressão. Não por não os saber descrever, mas porque acho que a descrição ficaria sempre aquém daquilo que vivi. Já com as dores não tenho o mesmo problema.
É uma espécie de terapia passar para uma folha em branco, tudo aquilo que vai causando ansiedade dentro do peito. Infelizmente é sempre nos momentos em que sinto o coração fugir-me do peito que sinto a necessidade de me abrir, de expor os meus medos, de organizar os meus pensamentos, de tentar dar alguma ordem ao caos em que me encontro.
Mais uma vez, o amor. Esse sentimento que move uns e outros. Que faz o mundo girar. Que é de difícil definição para muitos, que não quer dizer o mesmo para todos.
Sempre acreditei em histórias de amor, em finais felizes, no viver feliz para sempre. Sempre soube também que não é para todos. Que requer muita força de vontade, empenho, resiliência e pensamento positivo. Mas mais que isso, requer sincronia, paixão, carinho, bem querer, disponibilidade e amor. Requer empenho, a certeza de que se quer ter a outra pessoa para sempre, requer o compromisso da alma em querer cada vez mais, requer o compromisso moral de se manter sempre de pés no chão para o que der e vier. E nem todos nós fomos feitos para viver um amor assim.
É mais fácil usar e seguir, amar e virar as costas quando surge uma dificuldade.
Ontem, numa palestra sobre emoções alguém disse algo curioso: " Amamos o outro de acordo com aquilo que nos faz sentir. Se corresponder aquilo que idealizamos, então sentimos amor. Mas se o outro se comporta de forma diferente daquilo que esperamos, então o amor dá lugar á raiva e depois é mais fácil virar costas e seguir em frente. A grande complexidade do amor, a verdadeira magia, é sobre aceitar as diferenças e tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre aquilo que esperamos e aquilo que o outro acredita e pratica na realidade."
E é tão isto.
Estou a viver o meu maior desafio. A relação diferente de todos os exemplos que conheço, a complexidade das suas características, até pela forma repentina e avassaladora como me apaixonei, e não consigo encontrar o foco. O amor que sinto continua a ser o farol que me movimenta, mas tudo o resto me faz sentir um barco á deriva. Era só seguir  a luz do farol e deixar-me levar, penso eu, mas nestas coisas do amor nunca depende só de um. Continuo com a certeza de que é ele o amor da minha vida. De que os meus desejos têm fundamento a seu lado, que a sua voz me faz falta, que a forma como morde o lábio quando me olha me faz arrepiar, que a sua gargalhada continua a ecoar dentro de mim com  a leveza de todos os dias felizes que vivemos.
Não sei em que ponto estamos, não sei se irás procurar-me, se um dia faremos com que isto funcione, mas estou disposta a isso. A ter a paciência que requer o amor, a disponibilidade que uma relação precisa, a certeza de que o coração precisa como garantia. Continuo a amar-te, a querer-te e a desejar que o nosso futuro seja em comum.




27 de outubro de 2018

Para o meu super herói

Abrir o meu coração nunca foi algo fácil de fazer. Expor-me e mostrar as minhas vulnerabilidades sempre foi algo que me assustou. Porque mostrar os nossos medos, as nossas angustias, os nossos traumas, requer factores essenciais como: confiança plena na pessoa com quem o fazemos, e maturidade de ambas as partes. Tanto para perceber aquilo que foi dito,  como para saber que  estou preparada para o fazer.
Contigo não precisei de sentir medo. Foste desarmando cada medo, abrindo caminho até ao meu coração sem que me apercebesse  que já não havia armadura a proteger as feridas do passado.
Acho que essa é a verdadeira magia do amor. O ser fácil, o quebrar medos, barreiras e armaduras, o curar feridas e elevar-te á fase seguinte.
E acho que é por isso que gosto tanto de ti. Por ganhares espaço sem nunca me pressionar, por seres tão incrível que todo o meu passado não pesa, por seres assim desse jeitinho que idealizei ainda em miúda quando brincava com nenucos.
Já não me lembrava da leveza que é sentir o coração ocupado, de como sabe bem confiar cegamente na outra parte, de ter alguém a pensar o mesmo que eu, da sincronia  perfeita entre nós.
Beijar-te passou a ser a minha coisa favorita, logo seguida de te agarrar pelos colarinhos, olhar te nos olhos e deitar me no teu peito, sabendo que és aquele porque esperei a vida toda.
Parece um bocado cliché que aquelas frases feitas que tanto critico,  definam na perfeição aquilo que a minha mente não se cansa de pensar : "O amor é fácil.", ou "Quando encontrares o tal, vais perceber porque não deu certo com mais ninguém.". E é tão isto.
È andar feliz o tempo todo, é manter a calma sempre, é rir porque sim, é sentir borboletas na barriga e a tensão aumentar assim que me tocas, é acordar com a certeza de que és tu, e adormecer sentindo-me grata por fazeres parte de mim, é um querer sempre constante, é sentir uma voz aos gritos na minha cabeça "He´s the one", é desejar que não tenha fim e saborear cada momento.
Custa-me tanto escrever sobre estes momentos felizes, porque as palavras nunca me parecem suficientes para exprimir tudo aquilo que carrego no peito.
E hoje, um sábado à noite qualquer, numa noite fria de outono, decidi escrever te meia dúzia de palavras para que saibas o quanto estou feliz, o quanto gosto de ti, e para que saibas que estou a contar os minutos para te ver, para me perder nos teus braços e me sentir tua de novo.

P.s: Amo-te


27 de dezembro de 2016

Again, or not!

Sentes-te livre por um tempo. O teu coração não tem mais dono, o teu tempo não tem mais que ser gerido em função de outro alguém. Podes sair, podes dormir até tarde, viajar, ir jantar fora ou ficar a comer chocolates no sofá enquanto vês o programa mais ridículo que dá na televisão.
Sentes uma leveza nisso. Sentes felicidade nestas pequenas coisas, podes ser tu e essa é a tua maior satisfação.
Sais, danças até tarde, ris com piadas parvas, calças o teu par de sapatos favoritos, realças os olhos com um rímel qualquer e usas aquele vestido que revela o teu corpo que mudou desde que ele deixou de viver em ti.
Encontras por acaso um tipo de sorriso fácil, retribuis, Trocas um olhar terno, e perdes-te ao som de uma musica qualquer. O tipo adiciona-te numa rede social qualquer, envia a primeira mensagem e quando dás por ti, já respondes de forma automática. Como se o conhecesses desde sempre, como se fossem amigos de longa data e partilhassem as mesmas memorias e histórias. Saem, marcam encontros e bebem café. Continuas a arrancar lhe sorrisos de forma tão subtil que quando te apercebes já sorris de forma fácil como ele.
Dás por ti a pensar nele, a querer partilhar todos os momentos com ele, a querer fazer parte da rotina dele, e aí, percebes, são os homens de sorriso fácil que roubam o teu coração.
Oh fuck, Lá vou eu outra vez,

27 de abril de 2016

Não meço forças por qualquer coisa. Só mesmo por aquilo que vale mesmo a pena!
E senão me vês a medir forças por ti, então é porque entre nós está tudo dito.
Não é que não valhas a pena, é só porque sou muito melhor que tu  e porque és muito pouco para aquilo que mereço!
De qualquer forma, foi um prazer!

Fácil, diz ela!


"Senão é fácil, então não é amor!
Senão te faz feliz, então não é amor!"

Ela disse-me estas palavras depois de ter partilhado a minha primeira história de amor e lhe confidenciar como foi penoso, como foi doloroso e como me tornou numa pessoa fria e talvez, indisposta a voltar a amar.
Ouvi as suas palavras, e fiquei com essa frase a pairar-me na cabeça durante imenso tempo, Entendia as palavras mas não entendia verdadeiramente o que ela queria dizer com isso.
A verdade é que a outra pessoa nos molda, nos muda, nos acrescenta, nos enriquece, e todas essas coisas nobres, mas também nos pode subtrair, pode fazer-nos sentir diminuídos, pode magoar e causar mágoas que ficarão sempre cravadas no nosso coração. 
Acreditei imenso tempo que era impossível amar sem que a dor estivesse de mãos dadas, até que um dia percebi finalmente, que se dói, se pisa, se causa dúvida, se te faz sentir presa dentro de ti, não é amor, talvez quiçá, apego, mas nada mais que isso.
O amor é leve, é entrega, e é sobretudo paz. E senão sentes paz, senão sorris por tudo e por nada, senão te sentes uma felizarda, senão te sentes livre mesmo quando estás de mãos entrelaçadas, então estás a fazer as coisas mal.
Ou então, quem vê as coisas de forma errada sou eu!