25 de dezembro de 2010

caçador de borboletas!

Este post é o ultimo, o derradeiro e aquele que te dirigo pela ultima vez.
Não tenho necessidade de chegar a ti, longe de mim, fazer isso! Mas espero com isto, começar a lutar por objectivos maiores, como o de escrever as minhas coisinhas, com alma maior, com palavras mais sentidas, dirigidas a quem goste de me ler, a quem anseie por imaginar o meu mundo de fantasia, como eu anseio pelos livros dos meus autores preferidos.

Esta noite sonhei contigo. Sonhei que eras um caçador de borboletas. Vestias roupa em tons pastel, usavas um chapeu com abas grandes, bege, e tinhas na mão uma rede, branca, com buraquinhos muito pequeninos.
A tua maior alegria era colecionar borboletas. Na tua coleção ja tinhas algumas. Não muitas, porque não era há muito tempo que fazias disto o teu modo de vida. Tinhas apenas duas ou três. Encantava-te sobretudo as cores alegres com que elas se apresentavam, a segurança com que balançavam as asas, e a forma como se mostravam sempre livres e giravam a tua volta.
Um dia, encantaste-te com uma borboleta especial. Fazia te feliz ve-la segura e livre. Todos os dias ela pousava no parapeito da tua janela, e criou contigo, uma relação de cumplicidade. Enquanto ela se manteve a impressionar-te com os seus movimentos, apaixonaste-te e deixaste-a ser livre. Chegou o dia, em que fatalmente as coisas mudaram, e o teu feitio doce e passivo deu lugar ao de um coleccionador feroz e ansioso por ver mais e ter mais e mais.
Colocas-te a pobrezinha dentro de um frasco, e mostravas aos teus amigos, com muito orgulho a tua conquista. Todos os dias, ias á comoda castanha e alta, carregada de frasquinhos, e vias se ela se mantinha viva, se ela te tentaria impressionar. Quando te sentias confiante, quando achavas que ela estava segura e que não tentaria escapar a essa prisão, abrias um bocadinho o frasco, e lá a deixavas voar. Impressionavas-a com o toque da tua mão grande, nas asinhas pequeninas, e prendias-a de novo, com a vulnerabilidade dela, e com a tua sede pelo colecionismo.
As vezes, apanhavas mais uma ou outra, e durante dias, eram elas quem tu apreciavas, mas a tua paixão por aquela probezita, logo voltava e voltavas aos mesmos gestos previsiveis de sempre.
Um dia, a borboletinha, cansada de te impressionar, cansada de disputar a tua atenção com todas as outras, aproveitou um descuido teu, e voou.
Nunca mais voltou ao parapeito da tua janela, nunca mais voltou aos jardins onde ias caçar mais seres da mesma especie, nunca mais te impressinou, e encontrou alguem que a mimou todos os dias. Alguem que elogiavas as suas asas pequenitas, alguem que não se cansava de ver os movimentos dela, alguem que a impressionava e não o contrario....

Somos nós quem escreve a nossa vida, e eu quis escreve-la assim!!

Sem comentários:

Enviar um comentário