14 de março de 2013

Find myself

Foi sempre a escrever que me conheci! Foi com palavras que fiquei a conhecer partes de mim que nunca tinham sido reveladas. Foi no papel em branco que deixei marcas de uma miúda que não conhecia. Vi ideias nascerem em mim, vi sonhos ganharem vida própria, vi amor sair-me do coração, vi os dedos teclarem e acompanharem os batimentos cardíacos ao pensar nele, vi tanto de mim que me assustei. Expus demais, demonstrei demais, fui transparente, breve e concisa e nem todos têm capacidade para entender aquilo que somos e aquilo por que almejamos. Dizem-me que existe muita gente má,mas ensinaram-me que todos têm um lado bom e procurei tempos sem fim por esse lado irreal, inexistente em quem sempre perdoei e mais, e mais me magoou.Deixei de acreditar em mim e nas minhas capacidades, e deixei de lado a única forma de terapia que realmente me permite ter o feedback que tanto desejo. Não anseio por comentários e leituras de quem me conhece, anseio pela minha paz interior e por organizar a minha mente, da mesma forma que o fazia antes, com um diário com folha coloridas e perfumadas, onde desabafava as minhas coisas. Brigas, amores e desamores, o primeiro beijo e um interesse num badameco qualquer. Tempos que já lá vão e que hoje me trazem certa nostalgia. Deixei de escrever sobre mim, sobre o que quero, sobre o que sinto...porque me perdi. Porque lutar contra nós por vezes parece a única solução possível. Porque desistir é sempre mais fácil, porque me cansei de lutar, porque não sabia se deveria acreditar que a esperança é sempre a saída mais viável... Existe tanto de mim espalhado por quem não merece. Palavras amigáveis que dei a quem não as soube interpretar, gestos de carinho demonstrando a quem nas minhas costas me apunhalava, intenções de carinho e de amizade interpretadas de forma rude... Por isso, hoje me comprometo em escrever todos os dias, um pouco de mim. Em dar de mim a quem merece. Em ser quem sempre fui, em dar-me a quem sempre me dei e sobretudo a quem me mereceu. Perdi-me, mas quero encontrar-me!

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