11 de novembro de 2013

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Sinto uma saudade imensa do que foi e não é mais.
Saudade de ti. De nós.
De um nós perdido nas mentiras, nas traições, nos sonhos. Vencido pelo medo, derrotado pelos fantasmas.
Saudade do que não mora mais aqui. Do que se perdeu por entre os dedos. Do que está distante como nunca.
Do toque. Também sinto saudade do toque. Desses toques nossos.
Sabias que o teu toque tão característico te marca? Sabias que seria capaz de o reconhecer a metros de distância?
E o cheiro? Que saudade vasta desse teu cheiro. Mais que o cheiro do teu perfume favorito. esse cheiro a ti, acabado de acordar, enroscado num pijama quente e nesse edredom que tapou os nossos corpos nus.
Mas mais saudades do teu cheiro, tenho de o saber distinguir.
Nada é mais triste para uma mulher que ama do que não ser mais capaz de reconhecer os cheiros do homem que deseja. Nada é mais triste que saber que os meus sentidos enfraquecem em relação a ti.
Que não sinto o teu cheiro ao longe, que a minha visão já não é capaz de captar os teus olhos quando ainda vens longe. Que as minhas mãos já não reconhecem as linhas da tua mão. Que o sabor do teu beijo foi apagado por outros beijos sem significado que fui dando na esperança de te esquecer. Que o som da tua voz é apenas uma ideia vaga e distante que possuo. A clareza do timbre da tua voz não sou capaz de reconhecer.
...
A única certeza que tenho em relação a ti é que apesar de teres sido o meu grande amor, serás um dia, o protagonista das melhores palavras do romance que certamente escreverei com palavras tão banais quanto estas.

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